Também sou afetada pelas situações que hoje afligem a humanidade: o caminhão de coisas que temos a fazer todo dia, o tempo que escorre pelos dedos, as mudanças constantes, as dificuldades e incertezas dos nossos tempos.

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Parece que quanto mais fazemos, mais precisamos fazer para atingir ideais de perfeição, aprovação social, performance impecável, resultados crescentes e essas coisas todas que estamos cansados de ouvir e perseguir.

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Viver nesse turbulento mundo é exaustivo, muitas vezes assustador. E com frequência nos faz sentir perdidos e questionar: Por quê? Como? Para onde?

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Foi com esses questionamentos que me vi em 2013, no auge de uma crise comigo mesma. Eu estava muito dispersa mentalmente, desatenta, sem foco, apenas fazendo e fazendo tudo que aparecia. Não dormia bem, andava angustiada e realizava muito pouco do que me propunha a realizar. Pensamentos de autocrítica me consumiam e me faziam sentir insuficiente.

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Eu suspeitava que precisava fazer algo para pacificar minha mente, que parecia ter vontade própria, e disciplinar a atenção. Pesquisando sobre o assunto, encontrei o livro "Foco – A atenção e seu papel fundamental para o sucesso", de Daniel Goleman. Lá entendi o que se passava comigo e descobri que a prática de um tal de "mindfulness" poderia me ajudar.

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Mindfulness é uma palavra que poderia ser traduzida como "autoconsciência" ou "consciência do que experimentamos aqui, agora". A princípio, trata-se de uma prática de focalização de atenção que deriva da meditação, mas não está associada a tradições filosóficas nem religiosas, tendo sido adotada pela neurociência, a psicologia e a medicina. Passei a praticar sozinha, com o apoio de livros, e percebi que aquilo começava a fazer diferença em minha vida.

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Praticar mindfulness me tornou uma pessoa mais autoconsciente e "dona" da minha atenção. Me permitiu ter mais disciplina, organização pessoal e melhor aproveitamento do tempo. Passei a direcionar com mais clareza meu poder de intenção para realizar o que era importante, sem me perder em distrações.

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Aprendi a observar meus pensamentos como simples fenômenos mentais, sem me identificar com eles, sem levá-los tão a sério. Com isso, os pensamentos negativos, intrusivos, autocríticos, catastróficos, de ruminação e preocupação deixaram de ter poder sobre mim.

 

Aprendi também a lidar com minhas emoções. Hoje disponho de recursos para apoiar a mim mesma em momentos de stress, ansiedade, nervosismo, angústia... A compreensão que tenho hoje sobre a natureza emocional humana me deixa mais confortável para ser eu mesma, sem me julgar pelo que sinto.   

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Praticar mindfuness foi tão transformador para a minha vida que decidi me profissionalizar como instrutora. E com isso, desde 2016, facilito o programa de autogerenciamento "Você Mais Centrado", em que compartilho tudo o que aprendi.

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Em 2017, comecei a produzir o podcast Autoconsciente, inicialmente para difundir a ideia de levarmos uma vida com mais atenção e autoconsciência – ideia extravagante em um mundo que captura nossa atenção com uma avalanche de estímulos e nos faz viver no piloto automático, apenas reagindo a tudo o que vemos. Ao longo desses anos, o podcast evoluiu e hoje fala de vida interior, para lidarmos com esse mundo complexo e repleto de pontenciais que existe dentro de nós.

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Hoje, apoiar as pessoas a serem mais autoconscientes e terem uma vida interior rica, com mais autenticidade e significado, é o propósito do meu trabalho.

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Que você esteja bem, um abraço!